Quando se fala em crianças superdotadas, é comum que a primeira imagem que venha à mente seja a de pequenos gênios resolvendo equações complexas ou memorizando enciclopédias. Mas a realidade é bem mais ampla, profunda e delicada. Em entrevista ao Bahia Notícias, a psicoterapeuta e neurocientista Ana Chaves explicou que, por trás da inteligência acima da média, existe um universo complexo de emoções, desafios e necessidades específicas.
Após a estreia da edição de 2025 do quadro Pequenos Gênios, exibido no Domingão com Huck, na TV Globo, o tema voltou a repercutir nas redes sociais. Além da presença de uma participante baiana, a Lara, de 8 anos, também chamou a atenção a reação de Isabella, de 10 anos, de São Paulo, que foi tomada pela emoção durante a disputa. Nas redes, internautas comentaram o aparente sentimento de autocobrança enfrentado pela garota, já que seu irmão, Tato, havia sido um dos campeões na edição anterior. Durante a gravação, ela precisou do apoio emocional da mãe e de uma pausa para beber água na tentativa de se acalmar.
De acordo com a neurocientista, crianças com alto QI costumam passar por desafios significativos. “Elas enfrentam questões como ansiedade, frustração e isolamento com bastante frequência. Por serem muito conscientes, sensíveis e se exigirem demais, podem se sentir diferentes ou deslocadas e vir a se frustrar com facilidade por não conseguirem realizar algo perfeitamente como criaram em sua mente, e vêm aí a desenvolver ansiedade ou depressão, especialmente se forem pessoas não compreendidas ou estimuladas adequadamente”