Na última semana, Ilhéus, cidade baiana conhecida como a capital do cacau, foi palco de mais uma edição do Exporta Mais Brasil, programa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – ApexBrasil.
Com foco no setor de cacau e chocolates, a ApexBrasil convidou 15 compradores internacionais para conhecer de perto a produção brasileira e fazer negócios com 29 empresas nacionais. Como resultado, são esperados mais de R$ 10 milhões em negócios para os próximos 12 meses, demonstrando a qualidade e a potência do Brasil no setor.
Foram realizadas 224 reuniões entre as marcas do Brasil e os empresários internacionais. Das 29 empresas brasileiras, 13 possuem liderança feminina. Em termos de representação regional, estavam presentes os seguintes Estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, São Paulo e o Distrito Federal. Já em relação à presença internacional, os 15 compradores representaram 12 países: Portugal, Lituânia, Emirados Árabes Unidos, África do Sul, Israel, Islândia, França, Alemanha, Rússia, Bélgica, Países Baixos e Argentina.
Para esta edição do Exporta Mais Brasil, a ApexBrasil contou com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Ilhéus, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) e do Instituto Arapyaú.
Para dar um panorama mais completo e imersivo da produção brasileira, o Exporta Mais Brasil organiza visitas técnicas a empresas que demonstrem o diferencial do país em cada setor. Nesta edição, os compradores internacionais puderam conhecer três locais: a Fazenda Bonança, da Mestiço Chocolates; a produção de cacau da Dengo Origem; e o Centro de Inovação do Cacau (CIC).
Entre os destaques das visitas, os convidados viram, na prática, como funciona o sistema cabruca, uma forma de plantio em que o cacau é cultivado sob a sombra de espécies nativas da floresta original, ajudando na preservação da Mata Atlântica. Os compradores também puderam provar o diferencial do cacau e do chocolate brasileiros, além de saberem mais sobre os processos e das inovações do setor no Brasil.
Para completar a experiência imersiva na produção brasileira, os convidados da ApexBrasil visitaram o Festival Internacional do Chocolate e Cacau de Ilhéus – Chocolat Bahia 2024, em sua 15ª edição na cidade. O evento, reconhecido como o maior do gênero na América Latina, recebeu cerca de 65 mil pessoas e movimentou cerca de R$ 25 milhões. A ida à feira foi mais uma oportunidade de os empresários estrangeiros conhecerem marcas do Brasil e experimentarem o sabor e a qualidade que o país oferece.
Após a imersão na produção brasileira, chegou o momento de fazer negócios. Os 15 compradores internacionais tiveram a oportunidade de realizar reuniões individuais com 29 empresas brasileiras para prospectar novas parcerias e avaliar possibilidades de levar o cacau e o chocolate do Brasil aos seus países. Após 224 reuniões realizadas, as expectativas de negócios para os próximos 12 meses superam R$ 10 milhões.
Entre as marcas brasileiras, estavam presentes histórias de superação, de desafio e, principalmente, de sucesso. Filha, neta e bisneta de cacauicultores, Josiane Luz, fundadora e chocolate maker da Luzz Cacau, compartilhou um pouco da sua trajetória. Tradicionalmente, sua família estava focada apenas no cacau convencional, até que Josiane resolveu propor uma mudança radical na produção familiar.
“Tudo começou quando vi uma reportagem falando sobre o cacau fino no Brasil, que é muito valorizado, mas que representa pouco da produção nacional”, contou. A partir disso, a empresária começou a estudar sobre a produção de cacau fino e conseguiu transformar a roça do seu pai.
A partir dessa transformação, surgiu mais uma aposta: migrar da comercialização de grãos de cacau para a produção de chocolate. Assim, Josiane, que, até então, era gerente comercial de uma indústria de cosméticos, resolveu assumir a nova missão.
“Abandonei tudo para fabricar chocolate”, brincou. E a aposta tem dado excelentes resultados! A chocolat maker conta que não se arrepende da escolha que fez e que, atualmente, além da produção nacional, a marca – que já passou pelo Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) da ApexBrasil – já exporta cacau para cinco países e chocolate para dois. Em relação aos próximos passos para a empresa, Josiane é ambiciosa: