O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (CREA-SE) emitiu um alerta sobre o risco de colapso estrutural em edificações causado por incêndios em veículos elétricos durante o processo de recarga. Em uma Nota Técnica, assinada por especialistas do conselho, a entidade destaca que as altas temperaturas geradas por baterias de lítio em chamas podem comprometer a resistência de vigas, pilares e lajes, levando a um possível desabamento parcial ou total da construção.
De acordo com o documento, incêndios em baterias de íons de lítio podem atingir mais de 1.000°C, superando em muito os limites previstos nas normas de segurança atuais. O calor extremo provoca uma distribuição desigual de temperatura nos elementos estruturais, reduzindo a capacidade de suporte do concreto e do aço. O CREA-SE cita estudos que mostram que, a partir de 600°C, o concreto perde cerca de 55% de sua resistência, enquanto o aço pode sofrer deformações irreversíveis.
Além disso, a nota alerta que a situação é agravada pela dificuldade de extinguir esse tipo de incêndio, que pode voltar espontaneamente, prolongando a exposição da estrutura ao fogo. “As edificações não foram projetadas considerando os riscos específicos associados à recarga destes veículos, especialmente em ambientes fechados confinados, como garagens subterrâneas ou espaços com ventilação limitada, ou ainda, ambientes cobertos”, afirma o texto.
O CREA-SE recomenda que a recarga de veículos elétricos seja proibida no interior de condomínios, prédios comerciais, shoppings, hospitais e outras edificações de grande circulação. A orientação é que os carregamentos sejam feitos apenas em estações externas, com distanciamento mínimo de 3 metros entre os veículos.