A morte de dois israelenses que estavam em um quarto seguro de seu apartamento na periferia de Tel Avivi, nesta madrugada de segunda (16), ampliou a ansiedade entre os moradores do Estado judeu desde que Binyamin Netanyahu iniciou seus ataques ao Irã, na sexta (13).

“A gente sempre achou que estaríamos seguros na hora do ataque”, disse por mensagem Yonatan Chaim, tradutor em Jerusalém. Ele já se diz impressionado pelas vezes com que tem de ir para o quarto seguro de seu prédio, que é mais antigo e não vem com um cômodo próprio.
Quase todo edifício ou casa em Israel tem uma acomodação do tipo, com paredes e teto de concreto reforçado e porta de aço. Nas edificações mais antigas, eles são coletivos ou, ainda, bunkers subterrâneos.

No ataque desta segunda, um míssil iraniano atingiu em cheio o quarto andar de um prédio em Petah Tikva, a leste de Tel Aviv. Os quartos seguros mais novos são feitos para suportar a onda sísmica e os destroços de explosões, mas não um impacto direto com explosivos.
“É um pesadelo”, conta Yifat Fouchs, que mora a cerca de 10 km do ponto da explosão, em Ramat Aviv, bairro de Tel Aviv. “Na noite passada, eu fui com meu marido e meus três filhos pequenos para o quarto seguro. Nossa vida estava estável até o Irã começar a atacar áreas civis”, afirmou.

O Comando da Frente Doméstica de Israel comentou o episódio desta segunda. Disse que os quartos seguros ainda são a melhor opção durante um ataque aéreo, e que bunkers em casas antigas são tão ou mais eficazes do que eles.

No sábado, por exemplo, uma explosão sobre um prédio mais velho em Ramat Gan, Tel Aviv, destruiu apartamentos, mas o porão do local não sofreu danos e os moradores saíram vivos.
Acostumados a anos de conflitos, os israelenses usualmente são estoicos quando o assunto é resistir a ataques. Além dos quartos seguros e dos já famosos sistemas de alerta de ataque por aplicativo de celular, há bunkers em prédios públicos.

A violência inaudita dos ataques iranianos tem, de todo modo, assustado. “Nunca vimos algo assim”, disse Chaim. Mesmo sua cidade, que usualmente não era alvejada diretamente pelo ar dado seu caráter sagrado para o islamismo, agora entrou em estado constante de atenção.
“A moral ainda é alta, porque sabemos exatamente o motivo de estarmos lutando. Eu espero que um dia ambos os países possam viver lado a lado, mas até lá não vamos desistir de tentar viver em segurança”, disse Yifat, que é jornalista.

Concordam com ela 85% dos israelenses, segundo as mais recentes pesquisas, que questionaram o apoio aos ataques para tentar anular o programa nuclear iraniano.

By Laiana

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