Os planos de saúde acumularam um reajuste de 383% nos últimos dez anos, segundo dados de uma nota técnica do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS). O índice é quatro vezes superior à inflação oficial no mesmo período e reflete um cenário de aumento contínuo nos custos do setor.
Atualmente, cerca de 52 milhões de brasileiros possuem algum tipo de plano de saúde, número semelhante ao registrado há uma década.
O dado mostra uma relativa estabilidade no total de beneficiários, mesmo com o crescimento da população no período.
No mercado, a oferta de planos individuais, que têm reajuste regulado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), diminuiu.
Já os planos coletivos, que não têm limite definido de reajuste pela agência, seguem como a principal modalidade contratada, embora a oferta também venha sendo reduzida gradualmente.
Para as empresas, o impacto também é perceptível. Em 2015, o custo com planos representava cerca de 11% da folha de pagamento; atualmente, o percentual está em torno de 16%.
Diante disso, muitas companhias passaram a dividir os custos com seus colaboradores: em 2021, 36% das empresas adotavam esse modelo, proporção que subiu para 55% em 2024.
A ANS atua em contratos firmados antes da Lei nº 9.656/98 por meio de Termos de Compromisso celebrados com as operadoras.
A medida permite estabelecer um percentual máximo de reajuste, levando em conta a inflação e a variação das despesas médico-hospitalares.