A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dominou o ambiente no Congresso Nacional na volta do recesso parlamentar, nesta terça-feira (5). As sessões marcadas para o dia foram canceladas.
Na Câmara, deputados de oposição anunciaram obstrução da pauta e ocuparam o espaço onde trabalha a mesa diretora.
Eles defendem a votação de um projeto que daria anistia a Bolsonaro, que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentar um golpe de Estado. Alguns foram ao plenário com esparadrapos na boca e nos olhos.
O plenário do Senado também foi ocupado. Lá, os aliados do ex-presidente querem colocar em votação o possível impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Em nota, o presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), disse que a ocupação é um ato arbitrário da oposição e pediu bom senso.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que o protesto continuará até que as demandas do grupo sejam atendidas.
Vice-presidente da Câmara promete pautar anistia
O deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), vice-presidente da Câmara, prometeu colocar em votação o projeto da anistia se assumir o comando da casa.
“Se o presidente [da Câmara] Hugo Motta se ausentar do país, eu irei pautar a anistia”, afirmou.
Outra medida defendida pelos aliados de Bolsonaro é o fim do foro privilegiado. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que isso faria parte do que chamou de um “pacote de paz”.
Em resposta, deputados da base governista organizaram uma manifestação dentro do plenário com gritos de “sem anistia”.
Dirigindo-se aos opositores que ocupam a cadeira do presidente da Câmara, o deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que a extrema direita está impedindo o parlamento de funcionar.